A grande maioria dos desempregados de Salvador e região metropolitana é
negra. Os dados são de um levantamento divulgado ontem pela
Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) e pelo
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese). O estudo mostra que os negros correspondem a 92% dos
desempregados na região.
Segundo o estudo, baseado em números da
Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), do IBGE, o percentual é bem
superior ao da população negra que está ocupada, equivalente a 88,4%. A
pesquisa mostra que, entre 2010 e 2011, houve uma pequena melhoria nas
disparidades entre negros (pretos e pardos) e não-negros (brancos e
amarelos) no mercado de trabalho da região, mas as desigualdades
persistem.
“Nota-se que, apesar da criação de novas posições de
trabalho, que reduziu a proporção de desempregados negros, ainda
persistem os mecanismos de recrutamento que destinam as condições mais
precárias e de menor remuneração para essa população, perpetuando a
desigualdade e replicando a discriminação”, disse o economista da PED,
João Teixeira.
A pesquisa mostrou, por exemplo, que as mulheres
negras ganham praticamente metade do homem não-negro, em média. Por
hora, a mulher negra ganha R$ 5,13, enquanto o homem não-negro ganha R$
10,06 pelo mesmo período de trabalho. Por segmento da economia, o
levantamento indicou um aumento da participação de mulheres negras na
indústria (14,8%).
“Em 2010, eram 27 mil mulheres negras na
indústria. Em 2011, esse número foi para 31 mil”, destacou Ana Margaret
Simões, do Dieese. Porém, 118 mil delas, quase 20%, ainda se dedicam ao
trabalho doméstico.
Matéria original do Correio

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