quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O neurocirurgião negro Ivan Sant’Ana, superou obstáculos sociais e raciais

O médico neurocirurgião Ivan Sant’Ana ficou conhecido após passar cinco horas operando Eduardo Leite, o operário atingido pelo vergalhão na cabeça. Eduardo Leite teve o cérebro perfurado por um vergalhão de dois metros de comprimento que caiu do quinto andar da obra onde trabalhava. 
Graças à rápida atuação da equipe médica, Eduardo sobreviveu sem seqüelas ao acidente.
O neurocirurgião Ivan Sant’Ana participou da cirurgia para retirada do vergalhão e conta como foi a atuação médica:



“Assim que ele chegou foram feitos vários exames para constatar que o paciente não apresentava nenhuma sequela, depois fizemos a tomografia e imediatamente levamos ele ao centro cirúrgico”.
O procedimento cirúrgico durou cinco horas e o operário se recupera muito bem.
A vocação de ser medico:”

E eu sempre quis ser médico. Minha mãe falava que aos 3 e 4 anos eu só queria de presente uma maletinha de médico. Nunca me enxerguei fazendo outra coisa. Decidi-me pela neurocirurgia após ficar fascinado com a aula de Biologia sobre evolução do sistema nervoso na escala animal no curso pré-vestibular”. 


Aos 65 anos, de família humilde, filho de pai vendedor da Eletrolux e mãe costureira, ambos já falecidos, Ivan Sant’Ana superou obstáculos sociais e raciais até se tornar um respeitado neurocirurgião. Entrou em 1992 no Miguel Couto e em 1994 no Hospital do Andaraí.  

"Exceto minha mãe, todo mundo mais duvidava de mim. Amigos e vizinhos falavam: 'Dona Robelia fica pagando estudo para esse menino que não vai dar em nada.' Meu pai disse que eu era muito burro para ser médico e que meu lugar era na oficina sujando as mãos de graxa. 
Ivan Sant'Ana é um profissional que ama o que faz, e tem humanitude. Aprendeu que “Na medicina, você tem que curar algumas vezes, aliviar muitas vezes, mas consolar sempre.”  

No dia 15, operei uma moça de 38 anos, agredida pelo marido. A cirurgia correu bem. Enquanto isso, chegou o operário atingido pelo vergalhão. Operei-o. Depois, o filho de 15 anos da moça agredida me disse: “Quem vai cuidar da minha mãe? Não posso ficar porque tenho que cuidar da minha irmãzinha de 6 anos.” E me abraçou. Choramos compulsivamente. Foi assim que terminou aquele meu dia.

Com informação  do Blog Saúde e Revista o Globo

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