Na terceira década do século dezenove, ano de 1827, um grupo de
homens negros livres, inspirados nos ideais de Solidariedade,
Fraternidade e Caridade, agremiou-se com o firme propósito de angariar e
poupar recursos econômico-financeiros, visando dentre outras
providências efetuar a compra de cartas de alforria para negros
escravizados, prevenir e evitar situações de indigências de seus
familiares, extensivo a outras pessoas, como atitudes filantrópicas.
Em
função do modelo da realidade social e legal da época, que proibia aos
negros, mesmo livres, o gozo da plena cidadania, não podendo assim
constituir sociedades civis.
Aos negros era apenas permitido
associar-se a organizações religiosas, os fundadores estabeleceram
destarte uma Devoção na Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Quinze
Mistérios, numa condição semi-formal, a qual deram a denominação de
Irmandade de Nossa Senhora da Soledade Amparo dos Desvalidos,
formalizada em 16 de setembro de 1832, sob a liderança de Manoel Victor
Serra, consolidando assim o objetivo original da Sociedade Protetora dos
Desvalidos que é Igualdade, Fraternidade e Caridade (Sociedade de
Previdência, Assistência Social, Pecúlio e Fomento Econômico e Social).
A
Sociedade prosseguiu no seu ideal, cumprindo o programa social inicial e
incluiu atividades de promoção de políticas abolicionistas,
participando de lutas e revoltas que ajudaram na abolição da
escravatura.
Para obtenção de recursos financeiros a fim de
executar seus programas sociais, a Sociedade, alem de receber
contribuições dos associados, funcionou também como Casa de Empréstimos a
Juros (Monte de Socorro) operando com Penhores, Hipotecas de Imóveis e
também Loterias.
No ano de 1851, possibilitada então, por nova
Legislação, a Sociedade assumiu definitivamente a sua situação de
Sociedade Civil, com a denominação de Sociedade Protetora dos
Desvalidos.
No dia 16 de setembro a Sociedade Protetora dos Desvalidos
completa 180 Ininterruptos de Resistência e Luta pelo povo negro.
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