Ampliar as discussões em torno das
relações de gênero no Candomblé tendo como ferramentas os relatos das
experiências vividas dentro das próprias comunidades religiosas. Este
foi o principal objetivo do Seminário “Relações de Gênero nas Religiões
de Matriz Africana”, realizado na tarde de quarta-feira (17), no Espaço
Cultural da Barroquinha.
O evento, que recebeu o apoio da Comissão de Reparação da Câmara Municipal de Salvador, através da vereadora Marta Rodrigues (PT), então presidente da Comissão foi promovido pela Superintendência de Políticas para as Mulheres (SPM) da Prefeitura do Salvador e reuniu representantes das nações Ketu, Jeje e Angola, além de gestoras sociais do Movimento de Mulheres para falar sobre as questões de gênero e experiências nas suas comunidades religiosas (terreiros).
Para a vereadora Marta Rodrigues, o seminário representa mais uma ferramenta positiva na discussão de gênero e raça, tendo como referência a relação com as religiões de matriz africana. “O candomblé foi um dos principais focos de resistência e luta no processo histórico do povo negro, além de representar também um espaço de inclusão das mulheres”, destacou.
O Centro Cultural da Barroquinha esteve ornado com folhas pelo chão, trazendo a natureza para o local como que para lembrar os terreiros de Candomblé. Na chegada, o público era recebido presenteado com broches africanos. A riqueza de cores e tecidos da indumentária das yalorixás deram um brilho especial ao ambiente.Foram discutidos dois temas. O primeiro painel, intitulado Mulher e Poder nas Relações de Matriz Africana e o outro tema denominado Configurações de Gênero nas Religiões de Matriz Africana.
Espaços de poder
A Ekedi Lindinalva de Paula, membro do Conselho das Entidades Negras ressaltou a importância dos espaços ocupados pelas mulheres ao longo da história dentro das religiões africanas. “ Os homens começaram a surgir como Pais de Santo depois de um novo culto chamado de Candomblé de Caboclo. Os terreiros mais antigos e famosos do país estão sob o comando de mulheres”, explicou.
Durante o seminário, a vereadora Marta Rodrigues destacou ainda que o debate e a troca de informações são necessários porque trazem à tona uma reflexão sobre a herança cultural, segmento de um povo que é tão importante para a sociedade. “Assim como a Câmara, através da Comissão de Reparação que aprofundou diversas iniciativas relacionadas à religião de Matriz Africana, eu irei atuar como uma ponte entre o poder público e os grupos de religião africana”, pontuou a vereadora.
Além da explanação das palestrantes, o público contou com uma exposição étnica da designer Nice Costa e do artista plástico Tulany. Ao final, foi servido um coquetel durante a apresentação do grupo Kangerê de Sinhá.
Além da Comissão de Reparação Câmara Municipal de Salvador, o evento contou com o apoio do Fundo Municipal para o Desenvolvimento Humano e Inclusão Educacional de Mulheres Afrodescendentes (Fiema/Secult), Saúde da População Negra de Salvador (SMS).
Estiveram presentes ao seminário o secretário da Reparação, Ailton Ferreira; Ana Angélica Araújo (SPM); Eloísa Bastos, superintendente da Assessoria de Promoção da Equidade Racial em Saúde (Aspers); Jussara Rocha, gestora do Fundo de Inclusão para Mulheres (Fiema); a presidente da Associação de Terreiros da Liberdade e Adjacências (Egbé-Axé), Mãe Diana de Oxum; Íris Dourado, analista da Câmara; Ana Daraunké e Mãe Nengua Celma.
Fonte: http://www.cms.ba.gov.br/noticia_int.aspx?id=4862#.UIBRbWash_c.facebook
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