Em meio às festas do Dia da Consciência Negra, o Ministério da
Cultura (MinC) lançou ontem cinco editais, num total de R$ 10 milhões,
voltados para o fomento da cultura afro-brasileira. Considerada a
primeira ação afirmativa do MinC, o lote de editais compreende desde a
produção de curtas-metragens até o financiamento de pesquisas acadêmicas
e envolve a Funarte, a Biblioteca Nacional e a Secretaria de
Audiovisual do ministério.
Ao lado da ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, a ministra da
Cultura, Marta Suplicy, deu detalhes dos editais e rebateu as críticas
de setores culturais que consideram o edital preconceituoso:
- Acho que o preconceito é o negro não ter acesso. Não sei como as
pessoas não percebem isso. Para mim, é muito claro. O preconceito é
isso: você ter talento e não poder expressá-lo.
Um dos maiores editais é da Funarte, que vai criar o prêmio Grande
Otelo. Com R$ 4,3 milhões, o prêmio vai contemplar 33 projetos de arte
audiovisual. Já a Fundação Biblioteca Nacional vai comandar três
editais, num total de R$ 4,5 milhões. Um dos editais prevê a produção de
25 livros de autores negros, com um financiamento de R$ 500 mil. Os
outros tratam da criação de pontos de leitura em todas as capitais, com a
contratação de agentes afrodescendentes para incentivar as comunidades
jovens a ler, e do incentivo a linhas de pesquisa sobre a cultura negra.
- O Brasil tem uma dívida de 500 anos com a população negra. Um forte
devedor, até por ter 200 anos, é a Biblioteca Nacional - disse o
presidente da fundação, Galeno Amorim.
Já o edital de curtas-metragens pretende valorizar projetos de jovens
negros, com idades entre 18 a 29 anos. Os projetos serão incentivados
com R$ 100 mil.
Fonte: Brasilia em tempo

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