A Revolta da Chibata foi um importante movimento social ocorrido, no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro. Começou no dia 22 de novembro de 1910.
Neste período, os marinheiros brasileiros eram punidos com castigos físicos. As faltas graves eram punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros.
O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta. O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o comandante do navio e mais três oficiais. Já na Baia da Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo. O clima ficou tenso e perigoso.
O líder da revolta, João Cândido, redigiu a carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil).O presidente Hermes da Fonseca percebeu que não se tratava de um blefe e decidiu ceder diante do ultimato dos insurgentes.
Aprovam-se então medidas que acabam com as chibatadas e também um projeto que anistia os amotinados. Depois de cinco dias, a revolta termina vitoriosa. Os marinheiros, em festa, entregam os navios. O uso da chibata como norma de punição disciplinar na Marinha de Guerra do Brasil finalmente está extinto.
Logo, no entanto, o governo traiu a anistia e os marinheiros começam a ser perseguidos. Alguns que haviam feito parte do motim foram banidos. Os marinheiros não se omitiram diante deste fato, estourando outro levante na Ilha das Cobras, o qual foi severamente abafado pelas tropas do governo. Muitos marujos morreram, outros tantos foram banidos da Marinha.
João Cândido, embora não tenha participado do novo levante, também foi aprisionado e atirado em um calabouço na Ilha das Cobras. Quando se livrou da prisão, encontrava-se emocionalmente amargurado, considerado até mesmo meio alucinado.
Morreu em 1969, aos 89 anos de idade, como simples vendedor de peixe; sem patente militar, sem aposentadoria e semi-ignorado pela História oficial.
Em 1912 ele foi julgado e considerado inocente. Ficou conhecido como o Almirante Negro, aquele que aboliu o uso da chibata na Marinha brasileira.
Pela sua luta, hoje, João Cândido está tendo reconhecimento. Foi anistiado pelo governo federal neste ano de 2010. O 1º navio petroleiro fabricado no estaleiro de Pernambuco foi batizado com seu nome, assim como, seu busto foi erguido junto “às pedras pisadas do cais” na Praça XV, no Rio de Janeiro.

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